terça-feira, 9 de abril de 2013

Precisamos de uma Thatcher


Este blog se calou propositalmente com a morte de Hugo Chávez, aprendiz de ditador cujo legado político merece desprezo por parte daqueles que defendem a liberdade de expressão e vários outros princípios basilares do Estado democrático de direito. No entanto, não pode deixar de comentar a morte da Margaret Thatcher, líder que comandou uma agenda neoliberal - quase revolucionária- na condução da economia britânica durante os anos oitenta e influenciou fortemente vários governos ao redor do mundo, incluindo o nosso próprio, nos anos 90. FHC nega, mas a semelhança não é mera coincidência.

Thatcher modernizou a Grã-Bretanha com as privatizações, desregulamentação, reforma do serviço público e das universidades, além de outras contribuições. Assim, o Estado foi reduzido para cumprir de maneira adequada seu papel na sociedade: prover com qualidade os serviços de saúde e educação. Enfrentou os fortes sindicatos britânicos, que debilitavam a economia nacional, e introduziu a meritocracia e o controle por resultados na administração pública.

Enfim, realizou, com sucesso, muitas reformas que até hoje não foram revertidas- nem mesmo por seus opositores ideológicos que a sucederam alguns anos após sua saída do poder.

Dilma, Aécio ou Campos em 2014?

Precisamos mesmo é de uma Thatcher!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Prepare-se para se tornar fiscal da Dilma!




O século passado ficou marcado por políticas econômicas voluntaristas. Basta querer, editar uma lei, fazer um discurso duro, fabricar um inimigo e, por vezes, criar uma estatal que todos os problemas são resolvidos. Foi assim com a criação da Petrobrás e Vale do Rio Doce. Ocorreu o mesmo com as políticas de substituição de importações e com os vários planos de estabilização de preços na década de 80. Quer acabar com a inflação? Congele os preços e chame a população para supervisionar os preços dos supermercados. As pessoas que embarcavam na onda ufanista do plano cruzado eram chamadas de fiscais do Sarney (vejam vídeo abaixo).
Quer gerar empregos? Favoreça os produtores nacionais, garantindo-lhes mercado monopólio do mercado doméstico. Quer aumentar investimento? Crie uma estatal.

Acreditem, essas eram as políticas econômicas do século passado. Felizmente foram superadas. Será? Dilma ligou para vários prefeitos para pedir que não aumentassem preço dos transportes, aumentou imposto de importação de automóveis, controla preço da gasolina através da Petrobrás e reduziu à força o preço da energia elétrica- quando o país precisa, na realidade, de fortes investimentos no setor. Quem vai investir no setor com perspectivas de lucros menores?

Infelizmente, presenciamos a mão cada vez mais pesada do Estado na economia com carga tributária elevada, quebra de contratos e outras atitudes hostis ao investimento privado. Estamos de volta ao século passado, mais especificamente aos anos 80. Vamos virar todos fiscais da Dilma! 



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

GASOLINA VAI AUMENTAR! VIVA!


Em uma rápida inspeção no noticiário é possível encontrar fortes evidências de pressões da Petrobrás para que governo permita aumento de preços do Petróleo e seus derivados, como a gasolina, o que deverá acontecer nos próximos meses.
No Brasil, o governo utiliza a estatal para suavizar os impactos das flutuações do preço internacional do petróleo, não repassando integralmente as variações positivas ou negativas do preço mundial para o mercado nacional. A principal, se não única, justificativa é o controle da inflação. De fato, aumento da gasolina desencadeia aumentos em quase todos os setores da economia. Os agricultores terão custo maior para operar seus tratores, tornando o produto agrícola mais caro, o transporte de pessoas e produtos será mais oneroso, o custo da energia também será elevado através das termelétricas que utilizam derivados de petróleo, etc. Por fim, nós, consumidores,  também pagaremos conta maior . Nada melhor que uma política econômica que impeça o início desse ciclo vicioso, certo?  
Não é bem assim, existem perdedores nessa história. Um deles é a própria Petrobrás que tem visto seus lucros e valor de mercado diminuírem substancialmente. Outro prejudicado é o grupo de acionistas privados da petroleira, que possui ações negociadas em bolsa. Mas quem se importa com os lucros de uma estatal e com os acionistas privados? Afinal, defendem alguns, estatal serve mesmo para atender “interesse público” - e a redução no lucro é o custo dessa política da suavização dos preços-, e os acionistas....... Bom, esses são especuladores gananciosos no mercado financeiro que não merecem consideração na política pública.
Existem problemas sérios com esse raciocínio. Em primeiro lugar, é preciso fugir do estereótipo do malvado especulador fumando charuto e conspirando contra a sociedade. A bolsa é um dos instrumentos mais importantes na diversificação de risco e por isso é depósito do dinheiro de vários pequenos poupadores através dos fundos de pensão. Portanto, o trabalhador que ganha pouco, mas contribui para plano de pensão da sua empresa, também é prejudicado com a queda nos lucros da Petrobrás- papel mais importantes da bolsa e presente no portfólio de quase todo investidor-, o  que se reflete em uma aposentadoria menos confortável.  Brevemente, os novos servidores públicos também farão parte desse grupo com a instituição do seu próprio fundo de previdência. Será que todos esses trabalhadores devem ser ignorados pela política conduzida pelo governo?
Bom, mas ainda há muitos trabalhadores que não contribuem para planos de pensão e que, portanto, não seriam prejudicados, correto? Nada mais enganoso. A redução nos lucros da Petrobrás diminui sua capacidade de investir no oneroso, e desafiador, projeto de extração de petróleo do pré-sal, riqueza que deve gerar ganhos enormes para sociedade brasileira, especialmente se definitivamente aprovada lei que dedica royalties à educação.
Outro grupo que perde são os produtores de etanol, que vêem seu retorno limitado pelos preços artificialmente reduzidos da gasolina. Como resultado, consumidores utilizam menos o etanol e os produtores investem menos na capacidade de produção, prejudicando a qualidade do ar, já que etanol polui menos, e arrefecendo mais uma vez o projeto de universalização do produto.  
Pode ser adequado o uso do subsídio ao petróleo (gasolina e outros derivados ) para suavizar a inflação por um período reduzido de tempo. No entanto, preços artificialmente reduzidos  por  um longo período, como é o caso no momento, podem gerar sérias distorções na economia, representadas por perdas no curto e longo prazos para toda a sociedade.
Portanto, defenda o aumento de preços da gasolina! Isso mesmo!Quando parar em um posto de abastecimento nos próximos meses e pagar 15, 20 ou até mesmo 30 centavos a mais em um litro de gasolina, lembre-se dessa discussão.
Obs: Argumento vale para aumento comandado pela Petrobrás e não por um cartel de postos de gasolina. Nesse último caso, você deve ficar furioso.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Pesquisas Eleitorais


Existe certo desconhecimento sobre estatística que alimenta teorias sobre manipulação de pesquisas. A evidência, dizem, parece clara na eleição para prefeito de Fortaleza, onde as pesquisas apontavam Heitor Férrer (PDT) em quarto Lugar, bem distante do segundo colocado, Roberto Cláudio (PSB). Na apuração, a diferença foi mínima. Heitor obteve pouco mais de 20% dos votos, aproximadamente dois pontos percentuais a menos que o candidato do PSB.
Não há como negar que as pesquisas erraram, mas isso significa necessariamente má-fé? Não. Um conceito central em pesquisas eleitorais é a margem de erro, muito intuitivo e de fácil compreensão. Se um candidato possui, digamos, 10% de preferência entre os eleitores entrevistados pode-se inferir que possui entre 8% e 12%, no caso de 2% de margem de erro. No entanto, o que poucos sabem é que a margem de erro também pode estar errada, não por incompetência ou má-fé dos institutos de pesquisa, mas, sim, pela natureza amostral de qualquer processo de coleta de dados de forma não censitária. Isto é, pesquisas, ao contrário dos censos, possuem uma probabilidade, tipicamente de 5%, de estarem completamente erradas. Essa probabilidade é denominada tecnicamente de nível de significância.
Em suma, uma pesquisa, por capturar a opinião de uma amostra, e não da população, serve apenas como um indicador, não garantindo resultados dentro da margem de erro.
É claro que os argumentos acima não afastam completamente a hipótese de manipulação ou, simplesmente, incompetência dos institutos. No entanto, oferecem uma explicação alternativa baseada em sólida teoria da estatística.
Em relação à pesquisa de boca de urna, a teoria da conspiração se torna ainda mais fraca. Qual seria o incentivo do instituto em manipular os resultados e enganar o eleitor, uma vez que essa pesquisa é realizada no dia da eleição e divulgada após fechamento das urnas? A resposta é óbvia: nenhum.
Portanto, por um simples raciocínio lógico, não faz sentido a manipulação de pesquisas de boca de urna.
Conspirações devem existir em toda atividade humana, no entanto, é preciso avaliar bem as explicações alternativas e o alinhamento dos incentivos dos agentes envolvidos.
Existem outras teorias da conspiração, defendidas por muitos, que também não passam no teste do alinhamento dos incentivos ou raciocínio semelhante. Exemplos que me vêm no momento são:
(i)                  Homem não foi à lua
(ii)                França comprou Brasil na copa de 1998
(iii)               Juiz sempre rouba em favor do time adversário

sábado, 29 de setembro de 2012

Mais sobre crises


Vejam nova entrevista interessante na Gnews com prof. Rogoff sobre livro que descreve as regularidades dos fatores que antecipam crises. Finalmente deixaram de entrevistar economistas heterodoxos, que chegam a defender que os países terão crescimento zero no longo prazo. Nunca leram Solow. Mas enfim, Rogoff discorre sobre curto prazo e sempre defendeu que a atual crise ainda irá demorar, ao contrário de Paul Krugman, defensor ardente das políticas keynesianas de Obama.



Título do livro de Kenneth Rogoff: "Desta vez é diferente: oito séculos de delírios financeiros"

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Entrevista com Acemoglu

Vejam entrevista com Daron Acemoglu, professor do MIT, que analisa o desenvolvimento dos países por meio da relação entre política e economia. Comenta que o Brasil ainda está na infância do desenvolvimento, muito distante ainda dos países realmente ricos.

http://g1.globo.com/platb/globo-news-milenio/2012/08/


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"Sorry, Brazukas.Não há status em comprar Toyota Corolla, Honda Civic ou Jeep Cherokee "


Vejam notícia da Forbes sobre automóveis no Brasil (assunto abordado por este Blog com frequência). Carros simples como Corolla, Civic e Jeep Cherokee, acessíveis à classe média baixa americana, são símbolo de status no Brasil simplesmente porque são caros.

O preço elevado se deve aos impostos elevados e falta de competição externa, algo que ocorre em vários outros setores da economia brasileira. Tudo isto para financiar estado ineficiente e incapaz de investir.

Enfim, compre seu Corolla, mas não acredite estar dirigindo um carrão!

Leia a notícia abaixo.