sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Create Jobs!


Desconfie das políticas de criação de empregos. São amplamente divulgadas pelos políticos e imprensa, mas fazem parte da (intelectualmente desprovida) ideologia do dirigismo econômico, que prega que o estado deve ser o ator principal na geração de desenvolvimento.  Um bom exemplo são as políticas protecionistas, que visam manter ou expandir o emprego. No final, como discutido anteriormente neste BLOG , geram apenas ineficiência, inflação e perda de emprego em nível agregado.  Políticas de subsídios (com s e não com z), sejam de abrangência regional (concedidos pelos estados) ou nacional (concedidos pelo BNDES), também não ajudam. Beneficiam alguns empresários e trabalhadores às custas do resto da população.  O Estado, portanto, não deve conduzir políticas que tenham como objetivo criar empregos no curto ou no médio prazo. Deve sim criar um ambiente favorável à criação e expansão da iniciativa privada através de reformas macroeconômicas, já citadas no post anterior, e microeconômicas como a garantia efetiva do direito de propriedade e dos contratos. Ao se depararem com segurança jurídica de contratos, capitalistas (empresários e poupadores como você) e empreendedores investem mais, inovam mais  e , conseqüentemente,  contratam mais. Este cenário, sim, é mais favorável criação de Jobs, como o Steve que acabou de falecer.
No Brasil, apesar de avanços recentes (privatização de aeroportos), ainda estamos longe de compreender este efeito schumpetariano, como conhecido na literatura econômica. Basta observar o recente aumento de IPI para carros importados.  No entanto, Obama, com seu Jobs Act, sinaliza que nem mesmo no país da Apple a mensagem de Schumpeter foi completamente absorvida.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Política industrial


Artigo interessante no Economist  (leia aqui) sobre o renovado interesse nas políticas industriais. Depois do sucesso da China, todo o mundo, especialmente em período de crise, deseja adotar mais intensamente este tipo de política. Não devemos nos esquecer, no entanto, que nosso país já fez isto em larga escala, em período não muito distante, no processo que culminou em moratória, hiperinflação e ineficiência (produtiva e alocativa) no final dos anos 80. Alguém já pensou em calcular a perda de bem-estar gerada pela lei de informática que impedia, na época, importações de computadores? E por aquela outra lei que barrava completamente a entrada de carros importados?... Certamente transfiriram-se algumas dezenas de bilhões de reais do bolso do consumidor para uns poucos empresários.
Por que deveríamos acreditar que agora daria certo?
É preferível que o governo não arrisque o dinheiro do contribuinte em novas aventuras e que faça o feijão com arroz (controle da inflação,  reforma tributária, previdenciária, privatizações de aeroportos e estradas, redução da burocracia, etc.)

Sergio Aquino