A morte de ditador coreano nos faz lembrar do mal causado pela economia planejada inspirada pela ideologia Marxista que demoniza o lucro e o capital. Um mesmo povo que compartilhava uma mesma cultura,língua e história foi dividido em dois países. Um adotou o “famigerado capitalismo” e o outro a ideologia comunista. A Coreia do Sul apostou no mercado como elemento central da produção e distribuição de bens e serviços. Em busca do lucro privado, capitalistas da Kia, LG, Samsung e Hyundai expropriaram o trabalho de milhões de coreanos. O irmão do Norte preferiu adotar o Estado como planejador central. Daí vem a pergunta: Qual dos dois se tornou um país moderno, de primeiro mundo, e qual deles continuou pobre? Pista: o irmão rico possui uma renda per capita de 29000 dólares (quase três vezes a brasileira) contra 1800 do irmão pobre.
Este site tem como público alvo economistas e outros profissionais interessados em Economia
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Meia entrada
A lei da meia entrada ficou em evidência
recentemente após tentativas da FIFA de impedir a compra de ingressos para
jogos da copa pela metade do preço. Meia entrada em cinemas, teatros e eventos
esportivos parece ser um direito legítimo pra estudantes que, em geral, vivem
sob condições financeiras limitadas. No entanto, do ponto de vista da análise
econômica, cabe perguntar quem perde com esta medida. Claramente todos
concordam que o grupo de não-estudantes é prejudicado. No entanto, com relação
às empresas, o resultado não é tão óbvio assim.
Já ouvi um argumento que
defende que as empresas se beneficiam, pois podem discriminar preços, cobrando
meia entrada de quem está disposto a pagar pouco (estudantes) e valor
cheio para quem está disposto a pagar muito. Apesar de ser um raciocínio
sofisticado e baseado em teoria econômica, o argumento é falacioso pois, a não
ser por uma incrível coincidência, a razão ótima de preços do ponto de vista da
empresa não é 50% do preço cheio. Poder ser, por exemplo, 55,60,70%
ou até mesmo valor inferior a 50%. Tudo vai depender das preferências dos dois
grupos de consumidores.
Portanto, exceto pela coincidência citada
anteriormente, as firmas não maximizam lucros com a meia entrada, perdendo (ou
deixando de ganhar), conseqüentemente, dinheiro. O resultado típico, quando
isto acontece, se revela na menor oferta das firmas tanto no curto como no
longo prazo. Logo, a lei da meia entrada gera perda de bem-estar agregado e
transfere renda de empresas e não-estudantes para os estudantes. Mais
interessante seria revogar tal lei e deixar que as empresas espontaneamente
ofereçam descontos para estudantes.
Quanto ao caso específico do mundial,
muitos podem se preocupar pouco com os lucros da FIFA, mas antes de protestar
contra a imposição da entidade máxima do futebol, não devem esquecer o valor
que irão pagar pelo preço cheio do ingresso caso o governo brasileiro consiga
manter a lei da meia entrada para ingressos na copa. O argumentação deste
post também serve para outros grupos beneficiados com a meia entrada como
idosos e professores, conforme lei em algumas cidades. Neste caso, laissez-Faire, mes amis!
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Create Jobs!
Desconfie das
políticas de criação de empregos. São amplamente divulgadas pelos políticos e
imprensa, mas fazem parte da (intelectualmente desprovida) ideologia do
dirigismo econômico, que prega que o estado deve ser o ator principal na
geração de desenvolvimento. Um bom
exemplo são as políticas protecionistas, que visam manter ou expandir o emprego.
No final, como discutido anteriormente neste BLOG , geram apenas ineficiência,
inflação e perda de emprego em nível agregado.
Políticas de subsídios (com s e não com z), sejam de abrangência regional (concedidos pelos
estados) ou nacional (concedidos pelo BNDES), também não ajudam. Beneficiam
alguns empresários e trabalhadores às custas do resto da população. O Estado, portanto, não deve conduzir
políticas que tenham como objetivo criar empregos no curto ou no médio prazo. Deve sim criar um ambiente
favorável à criação e expansão da iniciativa privada através de reformas macroeconômicas,
já citadas no post anterior, e microeconômicas como a garantia efetiva do
direito de propriedade e dos contratos. Ao se depararem com segurança jurídica
de contratos, capitalistas (empresários e poupadores como você) e
empreendedores investem mais, inovam mais
e , conseqüentemente, contratam
mais. Este cenário, sim, é mais favorável criação de Jobs, como o Steve que
acabou de falecer.
No Brasil, apesar de avanços recentes (privatização de aeroportos), ainda estamos longe de compreender este efeito schumpetariano, como conhecido na literatura econômica. Basta observar o recente aumento de IPI para carros importados. No entanto, Obama, com seu Jobs Act, sinaliza que nem mesmo no país da Apple a mensagem de Schumpeter foi completamente absorvida.
No Brasil, apesar de avanços recentes (privatização de aeroportos), ainda estamos longe de compreender este efeito schumpetariano, como conhecido na literatura econômica. Basta observar o recente aumento de IPI para carros importados. No entanto, Obama, com seu Jobs Act, sinaliza que nem mesmo no país da Apple a mensagem de Schumpeter foi completamente absorvida.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Política industrial
Artigo interessante no Economist (leia aqui) sobre o renovado interesse nas políticas
industriais. Depois do sucesso da China, todo o mundo, especialmente em período
de crise, deseja adotar mais intensamente este tipo de política. Não devemos nos esquecer, no
entanto, que nosso país já fez isto em larga escala, em período não muito
distante, no processo que culminou em moratória, hiperinflação e ineficiência
(produtiva e alocativa) no final dos anos 80. Alguém já pensou em calcular a perda de bem-estar
gerada pela lei de informática que impedia, na época, importações de
computadores? E por aquela outra lei que barrava completamente a entrada de
carros importados?... Certamente transfiriram-se algumas dezenas de bilhões de
reais do bolso do consumidor para uns poucos empresários.
Por que deveríamos acreditar que agora daria certo?
É preferível que o governo não arrisque o dinheiro do
contribuinte em novas aventuras e que faça o feijão com arroz (controle da inflação, reforma tributária, previdenciária,
privatizações de aeroportos e estradas, redução da burocracia, etc.)
Sergio
Aquino
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Economythbuster: IMPOSTOS e CUSTOS
Inauguro a seção economythbuster, que tentará desconstruir mitos
econômicos, isto é, idéias populares, mas enganosas, sobre fenômenos econômicos. O tema deste post é sobre o efeito econômico
de aumento de tributos ou de custos de
produção. Em conversas informais, já me disseram que os supermercados não se preocupariam
com o aumento de custos decorrentes das chamadas perdas (furtos de produtos) e
que as empresas, ao se depararem com aumento de impostos, não se incomodariam,
pois simplesmente, em ambos os casos, os referidos agentes econômicos repassariam
integralmente o ônus para o consumidor. Mito ou verdade? Mito, talvez o maior
de todos. O raciocínio pressupõe que as empresas repassam integralmente o
aumento e que o consumidor não reduz sua demanda.
As empresas podem repassar todo o aumento. Nada impede.
No entanto, em condições normais de demanda e oferta, a perda de demanda
causada pelo aumento excessivo de preços não compensa. As empresas preferem então repassar apenas
parte do aumento ao consumidor. Não o fazem
por sentimento altruísta, mas sim para minimizarem a perda de lucros.
Isto pôde ser comprovado empiricamente em estudo sobre
automóveis (ARTIGO) que realizei junto com outros dois colegas (Fancis Petterini e Victor
Hugo) que mostra que neste setor a divisão da carga fiscal é de aproximadamente
80% para o consumidor e 20% para as empresas. Ou seja, de 10000 reais de impostos,
a empresa absorve R$2000 e repassa R$8000.
Existe outro
indicador indireto que revela que o mito é um mito: o posicionamento dos agentes
econômicos. Ora, se as empresas não fossem afetadas pelo aumento de impostos ou
de seus custos não veríamos empresários reclamando da volta da CPMF ou do chamado
custo Brasil.
As empresas não são afetadas pelo aumento de custos ou tributos,
pois repassam integralmente o ônus para o consumidor..... MITO!
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Nacional-Desenvolvimentismo
Em seminário recente, CAEN-EPGE, Prof. Pedro Cavalcanti defendeu
que o Brasil estaria caminhando rapidamente para a adoção em larga
escala de políticas desenvolvimentistas (tolerância com inflação alta,
exigência de conteúdo nacional em vários setores, política industrial
seletiva,flexibilização do direito de propriedade, novas estatais,
criação de campeões nacionais, aumento de subsídios,etc.).
Para reforçar sua tese, agora vem o aumento do IPI, cujo principal
objetivo é barrar a entrada de importados não fabricados pelas
montadoras "nacionais". Para um bom observador do mercado
isto significa impedir o crescimento das marcas coreanas e chinesas.
A esperança de um mercado automobilístico mais competitivo
foi para o espaço devido à pressão das grandes montadoras, que nunca
produziram tanto quanto nos últimos anos.
Estamos de volta a era das carroças? À substituição de importações? A
volta, ou permanência, do produto ruim, caro, mas feito no Brasil?
Mantega garantiu que as montadoras não elevarão os preços. Ele vai
tabelar? Teremos os fiscais do Mantega?
Parece que o prof. Pedro está a cada dia mais correto...
terça-feira, 22 de março de 2011
Primeiro Post
Este é o primeiro post deste Blog cujo principal objetivo é comentar sobre questões ligadas à Microeconomia e Organização Industrial. Dada a minha especialidade profissional e acadêmica, comentarei com bastante freqüência sobre Economia do Antitruste, disciplina estreitamente associada a Organização Industrial.
Assinar:
Postagens (Atom)