quarta-feira, 21 de novembro de 2012

GASOLINA VAI AUMENTAR! VIVA!


Em uma rápida inspeção no noticiário é possível encontrar fortes evidências de pressões da Petrobrás para que governo permita aumento de preços do Petróleo e seus derivados, como a gasolina, o que deverá acontecer nos próximos meses.
No Brasil, o governo utiliza a estatal para suavizar os impactos das flutuações do preço internacional do petróleo, não repassando integralmente as variações positivas ou negativas do preço mundial para o mercado nacional. A principal, se não única, justificativa é o controle da inflação. De fato, aumento da gasolina desencadeia aumentos em quase todos os setores da economia. Os agricultores terão custo maior para operar seus tratores, tornando o produto agrícola mais caro, o transporte de pessoas e produtos será mais oneroso, o custo da energia também será elevado através das termelétricas que utilizam derivados de petróleo, etc. Por fim, nós, consumidores,  também pagaremos conta maior . Nada melhor que uma política econômica que impeça o início desse ciclo vicioso, certo?  
Não é bem assim, existem perdedores nessa história. Um deles é a própria Petrobrás que tem visto seus lucros e valor de mercado diminuírem substancialmente. Outro prejudicado é o grupo de acionistas privados da petroleira, que possui ações negociadas em bolsa. Mas quem se importa com os lucros de uma estatal e com os acionistas privados? Afinal, defendem alguns, estatal serve mesmo para atender “interesse público” - e a redução no lucro é o custo dessa política da suavização dos preços-, e os acionistas....... Bom, esses são especuladores gananciosos no mercado financeiro que não merecem consideração na política pública.
Existem problemas sérios com esse raciocínio. Em primeiro lugar, é preciso fugir do estereótipo do malvado especulador fumando charuto e conspirando contra a sociedade. A bolsa é um dos instrumentos mais importantes na diversificação de risco e por isso é depósito do dinheiro de vários pequenos poupadores através dos fundos de pensão. Portanto, o trabalhador que ganha pouco, mas contribui para plano de pensão da sua empresa, também é prejudicado com a queda nos lucros da Petrobrás- papel mais importantes da bolsa e presente no portfólio de quase todo investidor-, o  que se reflete em uma aposentadoria menos confortável.  Brevemente, os novos servidores públicos também farão parte desse grupo com a instituição do seu próprio fundo de previdência. Será que todos esses trabalhadores devem ser ignorados pela política conduzida pelo governo?
Bom, mas ainda há muitos trabalhadores que não contribuem para planos de pensão e que, portanto, não seriam prejudicados, correto? Nada mais enganoso. A redução nos lucros da Petrobrás diminui sua capacidade de investir no oneroso, e desafiador, projeto de extração de petróleo do pré-sal, riqueza que deve gerar ganhos enormes para sociedade brasileira, especialmente se definitivamente aprovada lei que dedica royalties à educação.
Outro grupo que perde são os produtores de etanol, que vêem seu retorno limitado pelos preços artificialmente reduzidos da gasolina. Como resultado, consumidores utilizam menos o etanol e os produtores investem menos na capacidade de produção, prejudicando a qualidade do ar, já que etanol polui menos, e arrefecendo mais uma vez o projeto de universalização do produto.  
Pode ser adequado o uso do subsídio ao petróleo (gasolina e outros derivados ) para suavizar a inflação por um período reduzido de tempo. No entanto, preços artificialmente reduzidos  por  um longo período, como é o caso no momento, podem gerar sérias distorções na economia, representadas por perdas no curto e longo prazos para toda a sociedade.
Portanto, defenda o aumento de preços da gasolina! Isso mesmo!Quando parar em um posto de abastecimento nos próximos meses e pagar 15, 20 ou até mesmo 30 centavos a mais em um litro de gasolina, lembre-se dessa discussão.
Obs: Argumento vale para aumento comandado pela Petrobrás e não por um cartel de postos de gasolina. Nesse último caso, você deve ficar furioso.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Pesquisas Eleitorais


Existe certo desconhecimento sobre estatística que alimenta teorias sobre manipulação de pesquisas. A evidência, dizem, parece clara na eleição para prefeito de Fortaleza, onde as pesquisas apontavam Heitor Férrer (PDT) em quarto Lugar, bem distante do segundo colocado, Roberto Cláudio (PSB). Na apuração, a diferença foi mínima. Heitor obteve pouco mais de 20% dos votos, aproximadamente dois pontos percentuais a menos que o candidato do PSB.
Não há como negar que as pesquisas erraram, mas isso significa necessariamente má-fé? Não. Um conceito central em pesquisas eleitorais é a margem de erro, muito intuitivo e de fácil compreensão. Se um candidato possui, digamos, 10% de preferência entre os eleitores entrevistados pode-se inferir que possui entre 8% e 12%, no caso de 2% de margem de erro. No entanto, o que poucos sabem é que a margem de erro também pode estar errada, não por incompetência ou má-fé dos institutos de pesquisa, mas, sim, pela natureza amostral de qualquer processo de coleta de dados de forma não censitária. Isto é, pesquisas, ao contrário dos censos, possuem uma probabilidade, tipicamente de 5%, de estarem completamente erradas. Essa probabilidade é denominada tecnicamente de nível de significância.
Em suma, uma pesquisa, por capturar a opinião de uma amostra, e não da população, serve apenas como um indicador, não garantindo resultados dentro da margem de erro.
É claro que os argumentos acima não afastam completamente a hipótese de manipulação ou, simplesmente, incompetência dos institutos. No entanto, oferecem uma explicação alternativa baseada em sólida teoria da estatística.
Em relação à pesquisa de boca de urna, a teoria da conspiração se torna ainda mais fraca. Qual seria o incentivo do instituto em manipular os resultados e enganar o eleitor, uma vez que essa pesquisa é realizada no dia da eleição e divulgada após fechamento das urnas? A resposta é óbvia: nenhum.
Portanto, por um simples raciocínio lógico, não faz sentido a manipulação de pesquisas de boca de urna.
Conspirações devem existir em toda atividade humana, no entanto, é preciso avaliar bem as explicações alternativas e o alinhamento dos incentivos dos agentes envolvidos.
Existem outras teorias da conspiração, defendidas por muitos, que também não passam no teste do alinhamento dos incentivos ou raciocínio semelhante. Exemplos que me vêm no momento são:
(i)                  Homem não foi à lua
(ii)                França comprou Brasil na copa de 1998
(iii)               Juiz sempre rouba em favor do time adversário

sábado, 29 de setembro de 2012

Mais sobre crises


Vejam nova entrevista interessante na Gnews com prof. Rogoff sobre livro que descreve as regularidades dos fatores que antecipam crises. Finalmente deixaram de entrevistar economistas heterodoxos, que chegam a defender que os países terão crescimento zero no longo prazo. Nunca leram Solow. Mas enfim, Rogoff discorre sobre curto prazo e sempre defendeu que a atual crise ainda irá demorar, ao contrário de Paul Krugman, defensor ardente das políticas keynesianas de Obama.



Título do livro de Kenneth Rogoff: "Desta vez é diferente: oito séculos de delírios financeiros"

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Entrevista com Acemoglu

Vejam entrevista com Daron Acemoglu, professor do MIT, que analisa o desenvolvimento dos países por meio da relação entre política e economia. Comenta que o Brasil ainda está na infância do desenvolvimento, muito distante ainda dos países realmente ricos.

http://g1.globo.com/platb/globo-news-milenio/2012/08/


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"Sorry, Brazukas.Não há status em comprar Toyota Corolla, Honda Civic ou Jeep Cherokee "


Vejam notícia da Forbes sobre automóveis no Brasil (assunto abordado por este Blog com frequência). Carros simples como Corolla, Civic e Jeep Cherokee, acessíveis à classe média baixa americana, são símbolo de status no Brasil simplesmente porque são caros.

O preço elevado se deve aos impostos elevados e falta de competição externa, algo que ocorre em vários outros setores da economia brasileira. Tudo isto para financiar estado ineficiente e incapaz de investir.

Enfim, compre seu Corolla, mas não acredite estar dirigindo um carrão!

Leia a notícia abaixo.


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Voo da galinha com anabolizante

Excelente artigo sobre crescimento brasileiro que , na ausência de reformas tão amplamente defendidas por vários economistas, se mostra insustentável no longo prazo. Daí a analogia com o voo da galinha, que possui duração limitada.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2012/07/20/economia-brasileira-cresceu-com-anabolizante-diz-economist.jhtm


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Penso, Lugo existo.


Vai aqui uma mensagem aos colegas ortodoxos que apoiaram a destituição de Lugo no Paraguai. Sou a favor do livre mercado  e , portanto, não simpatizo com presidentes como Lugo, Chavez, Kirchner e outros.  No entanto, devemos nos ater aos princípios ortodoxos (Democracia, Estado de Direito e Capitalismo) e não ao desejo de ver tais políticos fora do poder a qualquer custo. Um dos princípios básicos do Direito é a ampla  defesa que, evidentemente, não foi concedida ao presidente paraguaio- processo demorou menos de 48h. Confesso que, ao ouvir a notícia do impeachment, fiquei inicialmente satisfeito. No entanto, devemos ser fiéis aos nossos princípios e nunca ceder às emoções, que podem trazer satisfação momentânea, mas  podem nos levar a apoiar decisões com consequências terríveis para as instituições e , por extensão, para o bom desenvolvimento do capitalismo. Portanto, a destituição de Lugo deve sim ser combatida por todos que defendem a democracia. É preciso pensar antes de ceder às reações instintivas.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Descubra se você é heterodoxo


Você acredita que o mercado nacional dever ser protegido para gerar emprego no país?
Você acredita que os preços no Brasil são elevados (carros, hotéis, juros) por culpa das empresas, que são excessivamente gananciosas, e não do governo que impõe elevados impostos?
Você acredita que o governo deve controlar, via estatais, setores “estratégicos” como a exploração de recursos naturais?
Você acredita em Keynes– gasto do governo eleva o PIB-, mesmo no longo prazo?
Você atribui o crescimento brasileiro às políticas sociais  e não ao cenário externo favorável a países exportadores de commodities nos últimos 10 anos?
Você acredita que o lucro é algo essencialmente ruim pra a sociedade, pois é resultado da exploração de trabalhadores e consumidores?
Você dá muito importância às chamadas falhas de mercado (externalidades, por exemplo) e esquece as falhas de governo?
Você utiliza com frequência palavras como capitalismo selvagem, fé cega no mercado, capital financeiro, mundialização, consumismo, movimentação da economia e geração de empregos?
Você não acredita no sucesso das privatizações da década de 1990 apesar de pagar apenas 15 reais para obter uma linha de telefonia móvel?
Você acredita que o relativo sucesso do presente deve ser atribuído ao atual governo (Lula +Dilma) e não ao governo anterior que fez uma série de reformas estruturais importantes?
Você não credita a FHC a paternidade do Plano Real e sim ao Presidente Itamar franco que pediu a volta do fusca e assistiu ao desfile de carnaval com uma mulher nua?
Você admira a postura de confronto do atual governo, à la Cristina Kirchner,  com os bancos privados?Pior, você acredita que tal confronto se reverterá em benefícios para o consumidor?
Você acha um absurdo pagar estacionamento em shoppings, mas não se incomoda muito em pagar flanelinha em via pública e supostamente gratuita?
Você acredita que pequenas e médias empresas são necessariamente virtuosas, enquanto que empresas grandes necessariamente prejudicam o bem-estar econômico?
Quando algum conhecido vai para os Estados Unidos você faz questão de afirmar que prefere a Europa e que não compra nada?
Se você respondeu positivamente a pelo menos seis das questões acima considere-se um economista heterodoxo, caso contrário ainda há esperança, especialmente se você tiver menos de trinta anos. 
Vai aqui mais uma provocação, a título de descontração, mas que guarda paralelo com a demonização das grandes empresas e simpatia pelas pequenas: Você torceu pelo time mais fraco na Champions League apesar do rival mais forte jogar um futebol espetacular? Independentemente das respostas às outras questões, uma resposta positiva a esta questão significa que existe um heterodoxo em você, pronto para aflorar a qualquer momento.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Novos inimigos da economia brasileira: os bancos


Na semana passada os vilões eram os produtos chineses, o que determinou uma série de medidas protecionistas e prejudiciais ao consumidor brasileiro.  Nesta semana o governo encontrou um novo vilão da economia brasileira: os bancos privados. Mandou Caixa e BB baixarem seus juros e reclamou publicamente, através do ministro Mantega, dos bancos que não fazem nada para reduzir o spread, o maior do mundo.  A exemplo do que ocorre na política de defesa comercial, o governo ataca os problemas no setor bancário de forma pontual, desorganizada e voluntariosa. O mercado bancário brasileiro é sim problemático, mas culpar unicamente os bancos é mais um exemplo de uma postura populista antimercado, que coloca apenas nas costas das instituições bancárias a responsabilidade pelos juros estratosféricos pagos pelo tomador de empréstimo no Brasil. Ora, no capitalismo não há bondade ou maldade, as empresas buscam maximizar seus lucros, o que é perfeitamente legítimo e não deve ser demonizado em princípio. No lugar de utilizar bancos sob seu controle (BB e Caixa) para baixar juros na marra, o governo deveria adotar medidas estruturais para criar um ambiente mais competitivo no setor. Exemplos seriam políticas de redução da assimetria de informação entre bancos e tomadores de crédito para reduzir inadimplência e os juros - como o cadastro positivo-, introdução de legislação mais abrangente que permitisse ao emprestador reaver pelo menos parte do valor emprestado – como já ocorre no caso de veículos e imóveis - e redução dos impostos. O governo não demonstrou empenho em nenhuma dessas áreas. O cadastro positivo, por exemplo, que permite aos bancos identificar os bons pagadores e, portanto, cobrar juros mais baixos, ainda não possui eficácia, pois não foi regulamentado pelo governo. Os impostos continuam elevadíssimos e a inadimplência continua nas alturas.   Enquanto isso, o Brasil tem os juros mais elevados do mundo, o carro mais caro e atrasado do mundo, os hotéis mais caros do mundo, etc. O mercado bancário possui as conhecidas falhas de mercado – elementos que impedem o melhor funcionamento do mercado. No entanto, o maior problema é a falha de governo, que tributa muito, investe pouco e não cumpre seu papel regulatório de forma adequada. Em suma, é muito fácil culpar os bancos, que possuem uma imagem negativa junto à população. No entanto, boa parte dos problemas do setor depende da correta atuação do governo e não de medidas populistas, de eficácia limitada e desestabilizadoras, como a redução dos juros dos bancos sob controle estatal.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Previdência


O governo dá alguns sinais do rompimento da inércia verificada até o momento e demonstra que, quando o governo deseja, as reformas tão necessárias ao desenvolvimento do país passam no congresso com surpreendente facilidade. Refiro-me à recém aprovada reforma da previdência do funcionalismo público, que diminuirá as distorções atuais de um  sistema que permite que poucos beneficiários (servidores) sejam responsáveis por déficit superior àquele encontrado no regime geral, onde se incluem todos os outros trabalhadores brasileiros. A nova forma de contribuição praticamente iguala o servidor público ao trabalhador comum, como não poderia deixar de ser. Por que a sociedade deve subsidiar, como o faz atualmente via orçamento, benefícios generosos para um determinado grupo? Não devemos esquecer que servidores públicos já possuem outros benefícios questionáveis, como estabilidade e salários relativamente altos (em alguns casos). Celebremos então a reforma. No entanto, ainda há muito pela frente. Pena que o governo não utilize todo este poder em seu primeiro mandato para aprovar tantas outras reformas importantes para o país já citadas anteriormente no Blog. Enquanto isso, devemos nos iludir com a enganosa estatística do PIB brasileiro, que faz muitos acreditarem que o Brasil é mais rico que o Reino Unido.  

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Economyth Buster: Estacionamento de graça em Shoppings!

Não irá demorar a chegar a outras cidades brasileiras as leis municipais, já em vigor em Salvador e Recife, que proíbem shoppings de cobrar estacionamento. À primeira vista, o consumidor parece se beneficiar às expensas dos lojistas e  proprietários dos shoppings. Será? Exemplos são fartos de leis com conseqüências indesejadas que acabam por prejudicar os pretensos beneficiados. Este caso não é muito diferente. Preços existem para regular demanda e oferta. Com preço tabelado (zero), há excesso de demanda, especialmente por parte de consumidores oportunistas que estacionam no shopping para freqüentar outro lugar, ocupando vaga daquele cliente que deseja freqüentar o centro de compras. Portanto, nos horários ou datas de pico, não será surpresa o consumidor, que ficou feliz com a aprovação da lei em seu município, não conseguir encontrar vaga disponível. É possível fazer um esforço para chegar mais cedo e pegar seu lugarzinho, mas nesta situação haveria um custo: deixar de ir ao shopping em seu horário/dia preferido. A avaliação deste custo com o benefício de não pagar pelo estacionamento não deve ser homogênea entre os indivíduos. Alguns, se não muitos, certamente preferirão pagar 4 ou 8 reais para fazer suas compras com relativa tranqüilidade em seu horário/ dia preferido. Portanto, mesmo na ausência de outros efeitos a serem discutidos adiante, não é claro o benefício para todos os consumidores. 
Existe também uma análise dinâmica. No médio prazo, os shoppings repassarão (em parte) este prejuízo ao lojista, através de aluguel e condomínios mais caros, que por sua vez aumentará os preços de seus produtos. O repasse pode não ser total, como discutido neste blog anteriormente, mas algo irá sobrar para o consumidor. Em suma, não apenas empresários perdem com a lei, consumidores menos dispostos a enfrentar fila, chegar mais cedo ou escolher outro dia para suas compras também perdem bem-estar. Por outro lado, alguns consumidores ganham conforme discutido anteriormente, mas o grande vencedor é aquele freqüentador oportunista que vai poder estacionar de graça em zona nobre da cidade para trabalhar ou usufruir de serviços em prédios vizinhos aos shoppings. Existe a possibilidade de evitar o comportamento oportunista ao exigir compra para não pagar estacionamento, mas a lei, pelo menos a válida em Recife, nem mesmo isto permite. Como não gosto de deixar indecisão em análises deste Blog, sou contra esta lei, assim como tantas outras de caráter populista que agridem o princípio da livre iniciativa e prejudicam parte significativa dos consumidores.